quarta-feira, 1 de julho de 2020

Ambrozio Bonora nasceu em 1873 em Inzago, uma pequena cidade na região de Milão, Itália. O fim da escravidão produz grande demanda de mão-de-obra nas Americas, e ainda pequeno junto com seus pais embarca para o Brasil em busca de melhor qualidade de vida e oportunidades.
A viagem dura cerca de 40 dias em situação precária. Em um navio superlotado, a falta de higiene, escassez de comida e água potável, a presença da cólera, peste e febre-amarela adoeciam muitos e matavam familiares e companheiros de viagem. Muitos barcos eram impedidos de desembarca por conta das doenças transmissíveis.
Ambrozio, agora em São Carlos no interior de São Paulo, trabalha na roça juntos com seus irmãos para sua sobrevivência. Com 20 anos ele se casa com Isoletta Felini, imigrante italiana que trabalha na mesma fazenda.
O casal tem 6 filhos. Antônio Bonora é um deles. Com 7 anos de idade, Antônio filho de imigrantes e sem acesso à educação formal trabalharia na fazendo a sua vida toda.
Antônio Bonora morador da fazenda Santa Maria em Itápolis casou-se com Luiza Vicentin Bonora, também filha de imigrantes italianos. Tiveram 7 filhos, dentre eles Dorvalino Bonora.
Dorvalino Bonora conheceu Nereide Aparecida Batista, filha de imigrantes alemães que vieram fugidos da guerra, e se casaram na mesma fazendo Santa Maria. O casal por sua vez tem 6 filhos, e com grande esforço migram para a cidade grande, Campinas, e constroem a primeira casa própria de toda uma geração.
Luiz Carlos Bonora é o segundo filho do casal. Luiz também começou a trabalhar na roça muito cedo, e não teve a chance de concluir o ensino básico. Se tornou metalúrgico, e casou-se com Cacilda Brito da Costa.
O casal tem 3 filhos. O primogênito, Victor Bonora, um dia faria o caminho inverso, e embarcaria para a Itália em busca de melhores oportunidades.
Entender a história dos que vieram antes de mim, é entender também a minha história. Minha gratidão por todas as gerações de Bonoras que me antecederam e que, de alguma forma, me trouxeram até aqui - um imigrante que a 5 anos mora longe de sua terra natal.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Dor.

Eu tenho esse pedacinho de mim que é tristeza.
Nem sei de onde vem, mas sei que tem, pois sinto.
Pergunto-me se de tão inerênte a alma, todos nós o temos.
Sei que para alguns de nos tem nome, e cor, e cheiro...e dor.
Como a mãe que nunca mais viu seu filho, ou o filha que não tem mais o abraço de seu pai.
Como o amor que foi embora e deixou apenas tristeza e memórias.
A dor de uma avó velando um de seus netos, ou o irmão sendo obrigado pela vida a se despedir.
Ou ainda tantas outras dores com endereço e angustia.
Quem nos jugará por aquilo que sentimos?
Quem nos dirá quão forte nós temos que ser?
Ninguem, pois a nossa dor não se mede, mas sente.


Victor Bonora.

terça-feira, 24 de março de 2015

Fernanda Montenegro

Loucos, raivosos, surdos e mudos!
A loucura de vocês me enoja.
Não entendo. Mas a sra. minha avó sempre disse que loucura não se entende.
Afinal, se entendesse, loucura mesmo não seria.

Vocês não veem. Está longe de vocês.
A religião lhes trouxe um véu. Tão grande e denso que não podem ver.
E o que sobra?
O ódio sem sentido, o amor que não ama, e a voz que grita e ofende.

Não me importo mais. Mas ainda me importo.
Continuo no caminho, e tentando entender aquilo que ainda não entendo.
Vejo e não entendo. Ou talvez nem veja.
"Somo tão jovens" e ainda "temos todos o tempo do mundo".

Sei que irão entender tudo as avessas.
Cansei de vocês.
Cansei de suas palavras e afirmações.
Pra mim, cada vez mais, o chega e o basta!
Bando de loucos.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Ainda acredito.

Acredito no amor.
Acredito também que amar amigos é fácil e confortável. 
E mais, amar amigos que se enquadrem em nossa ideias, é ainda mais fácil.

Mas não é sobre "isso" que estou dizendo que acredito.
Eu acredito no amor.
Acredito na liberdade de conviver, e na imensidão de ideias discordar.
Na tolerância do suportar o estranho e o esquisito para meus padrões.

Mas não é sobre "este" que estou falando.
Eu, ainda, acredito no amor.
Naquele sentimento, pelo ídolo de sua adolescência, ou na garota dos olhos.
No pensamento que não sai da cabeça, da pessoa amada.

Mas, mais uma vez, não é sobre esse sentimento que estou falando.
Estou afirmando que acredito no amor.
mas qual?

Aquele mesmo, dos sábios antigos. 
O... " amor que tudo crê, tudo espera e tudo suporta "
Aquele que " se alegra com a verdade " e " não guarda rancor ".
Este mesmo que não depende do outro, ou do que ele faça.

Eu acredito no amor.
E é sobre tudo isso que estou falando.


Victor Bonora

quinta-feira, 13 de março de 2014

Tão cansado.

Chega um tempo em nossas vidas que, definitivamente, não acreditamos mais. Não oramos mais. Se Ele existe, deve ser mesmo um cara melindroso!
O cara que matou, sem culpa... o cara que manda eu fazer, mas é só isso mesmo, ordem!
O cara que aprendi sobre na EBD, mas que, na verdade, não torna nada em minha vida melhor ou pior.
Quanto mais o tempo passa, sinto que sei menos desse mesmo cara, e menos com Ele me envolvo.
Sei também que aqueles que o levam já muito me machucaram. Sei que cansei dessa história toda de culto, de acampamento, de Aline Barros e todo esse caralho. Sei que prefiro conversar com gente normal, do que com crente, e que confio muito mais neles... Os normais!
No meio de tudo isso, já nem sei mais o que creio. 
Pra que "ir" a igreja? Pra que casar virgem? Porque orar? Perguntas básicas hoje já básicas não são. Porque eu devo acreditar? Porque devo continuar tentando viver, e viver bem? Nada mesmo faz sentido! 
Se o cara tido como o mais sábio de todos os tempos, disse que nada vai fazer sentido, o que devo eu fazer? O que devo fazer? Por favor me fala você! Você que sabe que Deus realmente existe. Você que já sentiu seu amor, já falou sua língua. Você que decorou todos esses versinhos, e do hinário eh professor. Você que estudou pra me dar respostas. Todos vocês! Me falem! Gritem ! Me mostrem, pois não posso mais! Eu cansei tanto... Tanto, e eu estou tão cansado.

Victor Bonora

quarta-feira, 12 de março de 2014

Pela primeira vez... "No Caminho"

" Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém.
Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. 
Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. 
Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém. 
Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem?
Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém.
Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem.
Tô feliz, tô despreocupado, com a vida eu tô de bem. "

Caio Fernando de Abreu.

sábado, 19 de outubro de 2013

O botão AGORA.

O que seria de mim, se não eu?
O que me resta, se não ser, mesmo eu?
Mas a verdade é que cansei. Cansei de ser quem era, mas também do que seria.
O presente não sustenta, mas basta. Basta “pros” outros.
Esse tempo do agora, nunca me convenceu.
Meus olhos sempre estiveram lá onde eram para estar, e hoje sofro as dores da linguagem, e todas as outras.
Meu sorriso não é mais feliz contigo, e meu melhor amigo não é o meu amor.
Sinto que carrego você, sua família e crias. Mas não sinto que me carrego.
Sinto que me arrasto pelo tempo perdido. Aquele mesmo que achava que tinha. 
Pois é... não tinha e se foi.
Levou com ele o controle remoto da vida. Ou foi a vida que o levou?
Não sei. Não quero saber... e tenho raiva de quem sabe.

Victor Bonora