segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Uma IGREJA para quem não gosta de IGREJA

Já reparou que a gente costuma sentar no mesmo local todos os domingos na igreja? Sem pensar, quando entramos, já vamos direto para lá e pior, às vezes “achamos” que o lugar é nosso.

A maioria das pessoas não gosta de mudanças e é por isso que elas incomodam. Gostamos de ficar nos nosso conforto, mas crescimento requer mudanças.

Vira e mexe alguém me pergunta por que esta geração não se contenta com o que está na igreja, por que sempre estamos querendo mudar as coisas.


Não somos estátuas e nem somos feitos em séries, estamos o tempo todo em movimento, gerando novas culturas, novas necessidades e novos questionamentos.

Sinto que às vezes a igreja está dando respostas para uma pergunta que fizemos há 15 anos. O problema é que não nos lembramos mais dela porque já fizemos centenas de outras perguntas depois.

Há uns 10 anos fui em uma igreja na Califórnia que não tinha templo, eles se reuniam em escolas, já que aos domingos as escolas estão fechadas. Ao entrar, vi lá na frente uma faixa: “Uma igreja para quem não gosta de igreja”. Fiquei abismado com a proposta na hora, mas hoje eu entendo.

Fomos fazer uma série com Liturgia 2.0 (procurar em outros textos) para pessoas que não gostam de igreja, e uma das pessoas que estavam construindo essa série comigo me perguntou: “Não seria melhor a gente investir naqueles que gostam de igreja?”

Pensei: “Não é isso que fazemos todos os domingos?”.

Hoje eu sei o porquê busco mudar e continuar reformando a nossa igreja: porque eu seria um daqueles que gostaria muito de Jesus e do evangelho, mas não me adaptaria com a igreja.

Andy Stanley certa vez falou que “devemos casar com nossa missão e namorar a metodologia”.

O problema é que fazemos o contrário, casamos com a “forma”, porque não gostamos de mudanças, e acabamos enfraquecendo os nossos laços com a missão da igreja.

Eu diria que devemos casar com a missão e ficar com a forma, só usá-la e, quando ela não estiver sendo mais útil para a missão, devemos jogá-la fora.

O que não muda é a missão, é o nosso Deus. A forma tem que estar em mudança o tempo todo. Assim, as pessoas não vão recusar a essência (Deus) em detrimento da forma (liturgia).

Acho que é por isso sou um cara incomodado que as vezes incomoda, porque fico sempre pensando: “quantos Marcos Botelhos, Andrés, Ricardos estão aí fora sem ter experimentado o que é a igreja na essência, a vida no corpo de Cristo, e estão batendo cabeça sozinhos?”

Marcos Botelho

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Falhas - Rainer Maria Rilke

A falha não deve ser uma decepção para aqueles que aceitam os desafios mais extremos e não se fixam no que é modestamente proporcional: ela é a régua graduada de nossos empreendimentos e não deve ser referida aos nossos sentimentos, nem usada como prova contra nossa realização, que afinal se compõe incessantemente de mil recomeços.

Rainer Maria Rilke

sábado, 27 de novembro de 2010

Amigo...Um entrelaçado de Alma.

Não quero só isso, ou aquilo...eu quero o todo do humano! Quero o todo do amigo! Quero ver-lhe santo em arrependimento, mas também o quero de cara exposta lotada de erros.
Viveremos a mais profunda amizade sem esquecer da chuva, do orvalho, e das recordações da adolescência.
Respeitaremos o próximo, e entenderemos que este é aquele que se faz assim. Valorizaremos a dúvida e as incertezas. Guardaremos segredos, sem sacrifício. E amaremos mais o outro, do que nos mesmos.
Entenderemos a verdade, mesmo que seja somente a nossa. Nossos pés estarão na realidade deste mundo. Não aquela chata de um velho cansado, mas do andar descalço de uma criança aprendiz. Jamais desprezaremos a boa conversa, as tristezas, a madrugada e as canções de outrora.
Faremos planos, teremos metas, e nos decepcionaremos. Olharemos para os solitários com pena, e compreenderemos o imenso vazio que sentem. Sempre deitaremos no mato depois da chuva, brincaremos na enxurrada, e nunca haveremos de trocar um bom filme,com brigadeiro, por nada neste mundo.
Olharemos um para o outro e veremos que vale a pena viver. Nos veremos como espelhos que nos refletem a cada parte de um grande todo. Nos abraçaremos sorrindo ou chorando, para que amigo vire gente, e não categoria.
E que Vinicius de Morais me perdoe, mas não nos perderemos no tempo. Ele será nosso aliado. Cresceremos ainda mais, teremos esposas, filhos, e até netos teremos. Um bom lar, um carro, e um emprego diferenciado. Mas as coisas nunca mudarão. Nossa pupila ainda carregará um brilho todo único e uma tonalidade viva. Nossos corações estarão sempre pulsantes e transbordados daquilo que sempre nos moverá, a saber, o Amor. E ainda sim não nos julgaremos. Carregaremos o peso de nossas barbas brancas, mas que este peso seja repleto de graça! E por fim, renasceremos juntos, para uma longa eternidade.

Victor Bonora.
[Dedicado a amizade de anos compartilhada com Rafael Dantas de Souza.]

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Oração ao Deus Desconhecido

Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para a frente, uma vez mais, elevo só, minhas mãos a Ti, na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos, para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares está gravada em fogo esta palavra: “Ao Deus desconhecido”.
Seu, sou eu, embora até o presente tenho me associado aos sacrilégios.
Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sintos-me forçado a servir-LO.
Eu quero Te conhecer, óh desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante.
Quero te conhecer, quero só a Ti servir.

Friedrich Nietzsche
[Traduzido do alemão por Leonardo Boff]

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ser Cristão.

Um cristão verdadeiro é uma pessoa estranha em todos os sentidos. Ele sente um amor supremo por alguém que ele nunca viu; conversa familiarmente todos os dias com alguém que não pode ver; espera ir para o céu pelos méritos de outro; esvazia-se para que possa estar cheio; admite estar errado para que possa ser declarado certo; desce para que possa ir para o alto; é mais forte quando ele é mais fraco; é mais rico quando é mais pobre; mais feliz quando se sente o pior. Ele morre para que possa viver; renuncia para que possa ter; doa para que possa manter; vê o invisível, ouve o inaudível e conhece o que excede todo o entendimento.


A. W. Tozer

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O progresso.

Todos nós desejamos o progresso, mas se você está na estrada errada, progresso significa fazer o retorno e voltar para a estrada certa; nesse caso, o homem que volta atras primeiro é o mais progressista.


C.S. Lewis

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Jubateen.

Foram inúmeras experiências. Ouvi muito, ri muito...chorei muito. Fui moldado e polido através da dor. Tinha necessidade, não haveria outra vez. Tudo que aconteceu, todos sentimentos que experimentei, todos os braços que me acolheram. O senhor comigo falou. E no pulsar que eu jamais havia ouvido, bateu meu coração. Aprendi a falar, me conter, e contemplar. Foi o fechar do ciclo, o inicio do caminho, o pensar em viver vida, e não coisas. Nunca mais esquecerei a frase que ainda ecoa alto “ É possível “. Você olhou pra mim, e me mostrou seu exemplo. Seu abraço nunca mais me esquecerei. Vou experimentá-lo dia após dia. Uma família linda vai se formar, sobre assas do amor, e da graça. Prometo nunca deixar de tentar. Quero viver, abraçar e acolher. Muito obrigado porque concerteza foi - " MUITO BOM...MUITO BOM...MUITO MASSA!!!" e " SUPERRRRR DE DEUS ".

Grande abraço. (de coração com coração)
Victor Bonora

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Alma Divida

Pouca coisa é mais danosa do que a alma dividida: estar num lugar com a cabeça em outro; com uma pessoa, tendo outra a ocupar o afeto; num trabalho, desejando outra maneira de vencer os dias; numa família, invejando outra; numa estrada, ansiando outro destino; numa personagem, sabotando a real identidade do si mesmo.

domingo, 3 de outubro de 2010

The God Delusion

Por Donald Miller

Meu mais recente esforço de fé não é do tipo intelectual. Eu realmente não faço mais isso. Mais cedo ou mais tarde você simplesmente descobre que há alguns caras que não acreditam em Deus e podem provar que ele não existe e alguns outros caras que acreditam em Deus e podem provar que ele existe - e a esse ponto a discussão já deixou há muito de ser sobre Deus e passou a ser sobre quem é mais inteligente; honestamente, não estou interessado nisso.

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Donald Miller é autor de "Fé em Deus e pé na tábua" , e "Como os pinguins me ajudaram a entender Deus" , ambos publicados pela Thomas Nelson Brasil.